Memória Negra

Acervo Sueli Carneiro

O projeto teve início em setembro de 2021 e foi feito em conjunto com a ativista, que gentilmente compartilhou documentos acumulados em vida e sua biblioteca pessoal. 

O catálogo pode ser acessado no site do acervo. Ainda este ano, estará disponível para visita na casa onde Sueli viveu por 40 anos, atual sede da Casa Sueli Carneiro. 

“Estes índices permitirão que pesquisadores avancem na compreensão de quem é Sueli Carneiro, a intelectual, ativista, e também a mulher, mãe de Luanda, filha de Eva, irmã agregadora, em suas funções cotidianas e domésticas. A memória é de extrema importância para a sociedade e a disponibilização do Acervo digital, na internet, é um predicado de democratização da memória do ativismo negro no Brasil”, diz Luis Ludmer, coordenador do projeto de organização e publicação do Acervo Sueli Carneiro. 

Na Casa, haverá mais de 6 mil itens disponíveis para consulta. No website há São 2.595 documentos e 1.500 exemplares de livros e periódicos, como os textos escritos para o Correio Braziliense.

A maior parte dos livros são da área de ciências sociais, abordando temas como o movimento negro, feminismo, racismo, psicologia e filosofia. Também é possível encontrar a primeira versão datilografada do texto “O Poder Feminino no Culto aos Orixás”, de Sueli em parceria com Cristiane Cury, e a publicação do “Escritos de uma vida”, publicado em 2018.

O acervo foi organizado por uma equipe de mulheres negras e é coordenado por Ionara Lourenço. “A memória é o que possibilita a gente criar um futuro melhor. Organizar o acervo da Sueli é manter o legado dela, não só vivo, mas ativo”, conta a bibliotecária. 

O acervo pessoal contém desde os recibos que ela guardou, até as primeiras versões de discursos importantes que escreveu. Para Ionara, é importante ter todos esses arquivos disponíveis para que o público enxergue as histórias que aqueles documentos contam. 

“É no presente que se constrói o futuro. O Acervo precisa de atenção constante, revisões, incrementos, afinal Sueli ainda está viva e produzindo bastante. As futuras gerações, se nutridas pelos saberes das ancestrais e das atuais, deverão saber como cuidar de tudo o que temos hoje”, conclui Luís. 

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