O curta-metragem mostra a batalha dos moradores do centro de São Paulo pela preservação de um sítio arqueológico descoberto durante as escavações da Linha 6 – Laranja do Metrô, destacando a presença negra no bairro do Bixiga.
“O que mais comoveu nessa história foi a noção de responsabilidade com a permanência da população negra do Bixiga e a reafirmação da origem do bairro”, afirma Luciana Araújo, jornalista que auxiliou na construção do documentário.
Como moradora do Bixiga e impulsionadora do Mobiliza Saracura/Vai-Vai, ela acredita que o documentário ajuda a aproximar ainda mais a população do bairro da sua origem e mostra que a defesa do legado do Quilombo Saracura é essencialmente coletiva.
O local em questão fica na antiga quadra da escola de samba Vai-Vai, que deixou o bairro do Bixiga em setembro do ano passado justamente por causa da nova construção.
Os vestígios encontrados de antigos moradores podem ter mais de dois séculos e tem grande potencial de revelar mais indícios sobre a raiz negra da região que abrigou o único quilombo de São Paulo.
“A cada semana tem uma coisa nova, então o desafio foi conseguir contar essa história com a luta acontecendo. A obra está lá, o movimento se reúne toda a semana e ainda não teve as suas reivindicações atendidas”, relata Caio Franco, diretor do filme.