Casa Sueli Carneiro
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Thereza no Centro Cultural Cartola, no Rio de Janeiro.// Foto: Simone Ricco
Memória Negra

Documentário “Malunga” retrata a luta por liberdade da ativista Thereza Santos

Dirigido por Gal Souza, o filme foi contemplado na primeira edição do  projeto “Biografias fundamentais de mulheres negras insurgentes” da Casa Sueli Carneiro. O lançamento acontece na noite de 19 de setembro no CineSesc, em São Paulo 

Por Isabela Alves

O curta-metragem retrata a vida e luta da ativista feminista antirracista Thereza Santos, e revela conversas inéditas sobre os efeitos do racismo, do sexismo e da opressão durante os anos da ditadura civil-militar na vida de uma mulher negra que se dispôs a lutar pela liberdade. 

O caminho da diretora Gal e da militante negra se cruzaram em 2008, quando gravaram a primeira entrevista. “Foram mais ou menos 4 anos de amizade e muitas conversas. Ela tinha preocupação de manter seu legado”, afirma Gal. 

Durante essa aproximação, Thereza revelou a vontade de ter sua vida retratada em um documentário. Uma nova entrevista foi gravada em 2012, ano de morte da ativista.

Com a partida de Thereza, Gal se aprofunda na pesquisa de arquivo para o mestrado em história social na Unicamp e utiliza parte do acervo da militante (documentos, esculturas, livros e quadros) que foram doados por ela para a Universidade Federal de São Carlos sob os cuidados da Unidade Especial de Informação e Memória.

No acervo disponível na UFSsCar, também foram encontrados projetos voltados para documentos de trabalhadores negros da América Latina, como cartas que retratam suas articulações políticas com intelectuais e militantes de diferentes países

Além de falar sobre a militância de Thereza no PCB – Partido Comunista Brasileiro), o documentário também registra o  exílio de Thereza em países africanos de língua portuguesa – Guiné Bissau, Cabo Verde e Angola –, onde a ativista desenvolveu atividades de formação cultural focadas no teatro e na alfabetização.

Sua atuação nas artes como atriz, diretora e dramaturga também é celebrada, assim como sua intervenção política na organização do samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. 

“Estou muito emocionada, feliz e com esperança que seja bem aceito pelo público e que circule para divulgar a história da Thereza e sua colaboração para a luta antirracista, feminista e pela liberdade. Também, espero que a partir desse projeto possamos fazer o longa-metragem”, conclui Gal.

O projeto foi apoiado pela primeira edição do “Biografias fundamentais de mulheres negras insurgentes”, iprojeto promovido  pela Casa Sueli Carneiro. 

O evento de  lançamento do documentário, além da exibição do filme, terá umbate-papo entre:

Gal Souza, assessora de projetos do Instituto Catitu – Aldeia em Cena, historiadora, produtora cultural e mestranda em história social na UNICAMP

Taina Silva Santos, coordenadora de projetos da Casa Sueli Carneiro, historiadora e mestra em história social pela UNICAMP

Rafael Pinto, sociólogo, assessor político e sindical, membro da Executiva Nacional da CONEN (Coordenação Nacional das Entidades Negras), presidente de honra do Conselho Político da Ocupação Cultural Jeholu 

Serviço:

Data e hora da estreia: 19 de setembro às 20h30

Onde: CineSesc da Rua Augusta, 2075, em São Paulo. 

A entrada é gratuita mediante a retirada de ingresso 1h antes.

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