Em sua primeira edição em formato de chamada pública, o ”Biografias Fundamentais” recebeu ao longo de 20 dias, 56 inscrições, divididas regionalmente: 53,6% do sudeste, 8,9% do norte, 14,3% do nordeste, 12,5% do sul e 10,7% do centro-oeste.
Os projetos apresentados demonstram a urgência para que o registro e organização das memórias negras sejam fomentados, reforçam o compromisso da Casa Sueli Carneiro em construir ações futuras que auxiliem na produção e na documentação das memórias negras, sobretudo, do protagonismo de mulheres negras na organização social e na construção de uma sociedade justa e mais igualitária.
Os 5 projetos selecionados buscam deslocar das periferias e interiores do Brasil, histórias que representam a importância da atuação de mulheres negras para um novo imaginário político e radical na construção de sociedade, articulando a notória importância do perfil biográfico com os critérios de diversidade regional, orientação sexual e etária dos/as proponentes.
Os projetos selecionados receberão bolsa de auxílio para desenvolvimento do texto e receberão o apoio de especialistas, pesquisadoras e de profissionais que atuam na produção e disseminação das literaturas negras:
Calila das Mercês nasceu em Berimbau, Recôncavo da Bahia. Poeta, escritora, jornalista, doutora em Literatura pela Universidade de Brasília. Pós-doutorado no Instituto de Estudos Avançados na Universidade de São Paulo coordenado por Conceição Evaristo. Foi indicada ao Prêmio Jabuti, com Planta Oração, seu primeiro livro de contos.
Fabiana Carneiro é neta de Amada e de Quitéria, filha de Lourdes, mãe de Imani e de Yeté. Tece um caminho que alinhava docência, pesquisa e ações artísticas no campo dos saberes contra-hegemônicos, sobretudo a partir do eixo constituído por literatura, corpo e experiência comunitária. Atualmente é Pesquisadora de Pós-doutorado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. Doutora e mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP), atua como professora adjunta no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal da Paraíba. Coordena o grupo de pesquisa Auê: artes da grafia e é autora do livro de crítica literária Ominíbú: maternidade negra em Um defeito de cor (EDUFBA,2019), do livro de poemas Casa Cheia (Paralelo 13s, 2023) e organizadora dos livros Sonhos com e para Stella (Segundo Selo, 2023), Escola Viva Buraco D’água (Capanga de Aruanda, 2024) e Iê, o grito da capoeira-menina (Capanga de Aruanda, 2025).
Maria Carolina Casati é mulher negra, professora, escritora. Doutora em ciências pela EACH-USP, no Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política. É membra do GEPHOM-USP. Curadora e medEiadora de leitura, é idealizadora do @encruzilinhas, uma plataforma que reúne leitura, debate e difusão de textos sobre negritude, gênero, feminismos e militância produzidos por mulheres negras e do Sul global.
Maitê Freitas é jornalista, pesquisadora, editora literária e gestora cultural. Mestre em Estudos Culturais, doutoranda em Mudança Social e Participação Política. Integra a equipe da Casa Sueli Carneiro, como Gerente de projetos e operações. Editou diferentes obras literárias, entre elas “Eu Sou Atlântica – lugares e rotas de Beatriz Nascimento” escrita por Alex Ratts. É idealizadora do Massembas de Ialodês, da plataforma Samba Sampa, da coleção Sambas Escritos. Colabora com diferentes projetos, coletivos e pesquisas que articulam memória e protagonismo de mulheres negras.
Natália Neris é pesquisadora, Doutora em Direito pela Universidade de São Paulo – USP (2022), Mestra em Direito pela Fundação Getúlio Vargas – FGV (2015), Bacharela em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade de São Paulo – USP (2011). Atualmente é Coordenadora de Incidência Política Nacional e Internacional na Casa Sueli Carneiro. Tem experiência em ensino, pesquisa e gestão pública e privada nas áreas de políticas públicas, Direitos Humanos, antirracismo e feminismo, estudos de raça e de gênero, e sexualidades. Autora do livro A voz e a palavra do Movimento Negro na Constituinte de 1988 (2018) – eleito como melhor livro na categoria Direito pela Revista 451 em 2018 – e coautora do livro O Corpo é o Código: estratégias jurídicas de enfrentamento ao revenge porn (2016).
Agradecemos todas as propostas apresentadas, a confiança e o interesse de todas as pessoas inscritas. Informamos abaixo a lista de titulares e suplentes:
Proponente | Cidade | Estado | Biografia |
Manuela Arruda dos Santos Nunes da Silva | Cuiabá | MT | Antonieta Luísa Costa (Nieta) |
Kisse Leivas Valente | Monte Alegre | PA | Maria Guiomar Valente (Mãe Guiomar de Inaê) |
Solange Gil de Azevedo | Maringá | PR | Cleusa Souza Theodoro (Brechó) |
Roberta Lobo | Mangaratiba | RJ | Vânia Guerra |
Larissa Nunes Paiva | Natal | RN | Tereza Maria da Conceição Filha |
Suplentes | |||
Aline Fátima | São Paulo | SP | Mãe Kika de Bessen |
Merylin Ricieli dos Santos e Gabriela de Lima Manique Barreto | Ponta Grossa | PR | Onice Xavier da Silva Pacheco |
Lara Melinne Matos Cardoso | Teresina | PI | Maria Sueli Rodrigues de Sousa |