Texto Isabela Alves
Enfrentar o racismo é uma urgência para que todas as pessoas possam exercer os direitos no Brasil. Por isso, nós integramos a sétima edição da campanha “21 Dias de Ativismo Contra o Racismo!”.
A campanha, organizada de maneira coletiva, apresenta atividades e o trabalho de importantes personalidades negras entre os dias primeiro e 21 de março – Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao “Massacre de Sharpeville”, quando 69 pessoas foram assassinadas em um protesto
contra o Regime do Apartheid na África do Sul, em 21 de março de 1960.
Durante a manifestação pacífica contra a Lei do Passe, que ditava por onde pessoas negras poderiam circular, policiais do Regime do Apartheid assassinaram 69 manifestantes, feriram outros 186.
“A memória, o ato de lembrar, pode ser entendido como um fenômeno social, um processo dialético que envolve outra coisa importante nas disputas políticas: o esquecimento. Depois da escravidão moderna e do funcionamento de diferentes sistemas de segregação no mundo, existiram, e ainda existem, tendências revisionistas que se empenham na produção de narrativas que ignoram, ou não consideram como um problema, os crimes e os processos de desumanização da população negra. E, desse modo, propagam mitos que têm como finalidade naturalizar e justificar as desigualdades e as violências raciais”, explica Taina Silva Santos, historiadora e coordenadora de projetos da Casa Sueli Carneiro.
A campanha responde diretamente aos problemas da desigualdade racial no Brasil, já que o racismo impede que a população negra exerça direitos básicos previstos na Constituição Brasileira, como o acesso à educação, à saúde, ao emprego de qualidade e também o direito à vida.
Durante a campanha, convidamos quem nos acompanha nas redes a ler artigos sobre o ativismo negro. “Falar sobre Virgínia Bicudo e a questão da saúde mental, Conceição Evaristo e suas questões ancestrais, ou Maria Cida Bento falando sobre o racismo e sexismo no local de trabalho, é trazer esperança para discussões futuras”, afirma Luciene Lacerda, ativista e criadora da campanha.
Nos próximos dias, até 21 de março, estaremos nas nossas redes sociais indicando conteúdos produzidos por militantes e intelectuais negras e negros para ampliar nosso conhecimento e convocar à ação contra a discriminação racial no Brasil. Leia com a gente!
Assista ao lançamento da campanha de 2023: