Entre os meses de maio e junho de 2025, o novo projeto de extensão Pensamento Negro Contemporâneo: Filosofia e Politica vai promover um curso para abordar as contribuições de Abdias do Nascimento, Luiza Bairros e Beatriz Nascimento para o pensamento político e filosófico. A ação é realizada pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da USP, sob coordenação da professora Virginia Costa, em parceria com a Casa Sueli Carneiro.
O curso tem como objetivo reunir especialistas, pensadores negros e negras e introduzir às e aos cursistas a leitura crítica das obras de Abdias Nascimento, Beatriz Nascimento e Luiza Barros. As inscrições são gratuitas e as aulas acontecerão na Casa Sueli Carneiro e na USP.
Com encontros presenciais aos sábados, das 10h às 12h30, a programação do primeiro módulo do curso vai se dividir entre a sede da Casa Sueli Carneiro e o campus da USP – localizado no bairro do Butantão curso tem como objetivo reunir especialistas, pensadores negros e negras e introduzir a obra e a atuação política de Abdias Nascimento, Beatriz Nascimento e Luiza Barros.
Na primeira edição do projeto, estão confirmados os nomes dos pesquisadores Túlio Custodio e Márcio Macedo que darão aulas sobre Abdias do Nascimento. Alex Ratts e Marilea de Almeida darão aulas sobre Beatriz Nascimento. E, Ana Flávia Magalhães e Felipe da Silva Freitas ministrarão o módulo sobre Luiza Bairros.
Cronograma de aulas
Mini-curso | Professores | Data da aula | Horário | Local |
Abdias do Nascimento | Túlio Custódio | 3 de maio | 10h às 12h30 | Casa Sueli Carneiro |
Abdias do Nascimento | Márcio Macedo | 10 de maio | 10h às 12h30 | Casa Sueli Carneiro |
Beatriz Nascimento | Marilea de Almeida | 24 de maio | 10h às 12h30 | USP |
Beatriz Nascimento | Alex Ratts | 31 de maio | 10h às 12h30 | USP |
Luiza Bairros | Ana Flávia Magalhães Pinto | 7 de junho | 10h às 12h30 | Casa Sueli Carneiro |
Luiza Bairros | Felipe Freitas | 14 de junho | 10h às 12h30 | Casa Sueli Carneiro |
O público-alvo da iniciativa são educadores, professores da rede pública, estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores e ativistas comprometidos com a produção e circulação de saberes comprometidos com a justiça racial. Serão oferecidas 25 vagas por módulo, com emissão de certificado conjunto pela Casa Sueli Carneiro e pela USP para participantes com ao menos 70% de presença nas atividades.
O projeto integra um movimento mais amplo de reivindicação de espaço para o pensamento negro e afrodiasporico nos currículos universitários. Parte do esforço da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da USP para a criação de uma disciplina regular sobre Filosofia Negra, a iniciativa também visa ampliar o acesso a obras de autoras e autores da diáspora que seguem fora dos circuitos acadêmicos tradicionais e colaborar para diminuição das fronteiras entre a universidade e a sociedade civil.
Nas próximas edições do curso, pretendemos abordar a produção de homens e mulheres negras de outras regiões da diáspora assim como de pensadores africanos e pensadoras africanas.
Endereço da Casa Sueli Carneiro: Rua Gioconda Mussolini, 259, Butantã, São Paulo/SP.
Endereço da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas – FFLCH USP: Av. Professor Luciano Gualberto, 315, Auditório 08, Cidade Universitária – Campus Butantã-USP.
Inscrições: gratuitas
Alex Ratts – Mestre em Geografia e doutor em antropologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Titular na Universidade Federal de Goiás (UFG) e colaborador na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Desenvolve estudos e pesquisas com as questões étnicas, raciais, de gênero e sexualidade em perspectiva interseccional. Trabalha com a obra e a trajetória de intelectuais negres: Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Milton Santos, Sueli Carneiro e James Baldwin. Escreveu “Eu sou Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento” (Imprensa Oficial/Instituto Kuanza, 2006) e “Lélia Gonzalez” (Selo Negro, 2010), este, em coautoria com Flavia Rios. É poeta, militante negro e lgbtqiapn+.
Historiadora e jornalista, é professora de graduação e pós-graduação do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade de Brasília (UnB). Seu mestrado em História nesta instituição é considerado um marco nos estudos sobre a imprensa negra no Brasil, especialmente por reconhecer experiências do século XIX, por meio de pesquisa em arquivos públicos e pessoais. Sua tese de doutorado sobre as redes de intelectuais negros livres recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2015 e foi publicada em livro em 2018 com o título “Escritos de liberdade: literatos negros, racismo e cidadania no Brasil do século XIX”, pela Editora da Unicamp. Membra da Rede de Historiadoras/es Negras/os. É coordenadora-geral da exposição “Reintegração de Posse: Narrativas da presença negra na história do Distrito Federal” (2019 até o presente), da qual uma seção integra o Pavilhão Brasileiro na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023, que pela primeira vez resultou na conquista do Leão de Ouro ao país. Também compôs a equipe curatorial da exposição “Constituinte de um Brasil Possível” (2024). Entre 2023 e 2025 foi Diretora-Geral do Arquivo Nacional do Brasil. Atualmente é Coordenadora Geral do Grupo de Trabalho sobre Arquivos Comunitários da Associação Latino-Americana de Arquivos (ALA), e integra o conselho consultivo da Casa Sueli Carneiro e a equipe do Instituto Cultural Cultne.
Felipe Freitas é baiano, natural de Feira de Santana. Doutor e mestre em Direito pela Universidade de Brasília, graduado em Direito pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2010). Foi Coordenador Nacional do Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra do Governo Federal (2012-2014), e Secretário Executivo do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (2015-2016). Foi consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (2010), Fundo de Populações das Nações Unidas (2015), Rede Justiça Criminal (2016) e junto ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2016). Foi responsável pela elaboração da Matriz Nacional de Formação dos/as Servidores/as Penais, em
parceria com a Escola Nacional de Serviços Penais (2017). Trabalhou junto ao Centro de Formação Jurídica e Judiciária do Governo de Moçambique, elaborando diretrizes para o ensino de magistrados na área de penas alternativas à pena de prisão (2019-2020). Até 2022, foi diretor da Plataforma Justa, entidade que estuda e disponibiliza informações sobre o financiamento e a gestão do Sistema de Justiça, e atuou como coordenador de Programas da Rede Liberdade. É professor colaborador do Mestrado Profissional em Segurança Pública da Universidade Federal da Bahia (Progesp-UFBA), e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP); membro do Grupo de
Pesquisa em Criminologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (GPCRIM-UEFS) e pesquisador do Núcleo de Justiça Racial & Direito da Fundação Getúlio Vargas São Paulo (FGV-SP).
Márcio Macedo é PhD em Sociologia pela The New School for Social Research (NSSR) e professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP). Pesquisou a trajetória de Abdias do Nascimento em seu mestrado em Sociologia defendido na Universidade de São Paulo (USP) cujo o título da dissertação é “Abdias do Nascimento: a trajetória de um negro revoltado (1914-1968)”.
Historiadora e psicanalista. Professora no Departamento de História da UnB. Doutora em História pela Unicamp. Coordenadora do Ebo: grupo de pesquisa sobre intelectualidades negras e LGBTQIAPN+ . Autora do livro Devir Quilomba: território, afeto e política nas práticas de mulheres quilombolas. Editora Elefante (2022). Integrante da Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros
Tulio Custódio é sociólogo (doutor pela USP), sócio e curador de conhecimento na Inesplorato; membro do conselho consultivo do Pacto Global (ONU) e pesquisador-afiliado do Alameda Institute.
Das 10h às 17h, de segunda a sexta-feira
Rua Professora Gioconda Mussolini, 259 – Jardim Rizzo, São Paulo – SP, 05587-120