A capacitação gratuita busca estimular a disseminação e registro da memória negra no Brasil. Inscrições abertas até 20 de agosto
A capacitação gratuita, feita em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, propõe estimular a disseminação e registro da memória negra em todo o Brasil. Nesta edição, pela primeira vez, o curso irá apoiar os alunos a produzir um conteúdo que será publicado no site da Casa Sueli Carneiro.
O processo formativo irá começar no dia 28 de agosto e termina em 23 de outubro. Serão 4 módulos de 10 horas cada, totalizando 40 horas de carga horária. Mafuane Oliveira e Lindnalva Barbosa estarão presentes em todos os encontros como facilitadoras.
Os interessados em participar, podem se inscrever por meio do formulário até o dia 20 de agosto. O anúncio dos selecionados será no dia 25.
Confira abaixo o conteúdo de cada módulo:
MÓDULO 1: TEMPORALIDADES, MEMÓRIA E PATRIMÔNIO
Além da cronologia ocidental, cosmogonias afro-brasileiras têm diferentes e complexas percepções do tempo. O cosmograma bakongo, por exemplo, sistematiza temporalidades cíclicas a partir da ideia de kalunga. Tais acepções do tempo serão apresentadas em diálogo com o tempo histórico e as teorias de construção e disseminação de memória.
MÓDULO 2: ARQUIVOS – ORGANIZAÇÃO E PESQUISA
Documentos escritos, fotografias, recortes de jornal, objetos, livros podem ser organizados e catalogados de forma intencional como arquivos públicos. A organização de acervos será um tema do módulo, bem como a pesquisa em acervos já organizados.
MÓDULO 3: CORPO E ORALIDADE
Povos e culturas tradicionais registram e disseminam memória por meio da oralidade e de práticas corporais como a dança e o canto. Nas famílias, vizinhanças, casas de santo e práticas culturais há memória negra a ser percebida e registrada.
MÓDULO 4: TERRITÓRIO E NARRATIVA
A forma como os lugares são ocupados, formatados, constituídos carrega a memória. Algumas vezes valorizada e tantas vezes apagada, a memória negra pode ser percebida em marcas nos territórios. Na contemporaneidade, há diversas narrativas de memória que retomam informações guardadas no espaço físico.
Cátia de França, ou Catarina Maria de França Carneiro (João Pessoa, Paraíba, 1947). Cantora, compositora, instrumentista, escritora. É alfabetizada pela mãe, Adélia de França, por meio de canções. Estuda piano desde os quatro anos, deixando o instrumento aos 15, quando ingressa num colégio interno em Pernambuco. Passa a tocar violão e envereda pela música popular. Aprende também flauta, sanfona e percussão.
Asfilófio de Oliveira Filho é engenheiro civil, jornalista, produtor cultural, cine-documentarista, pós-graduado em marketing pela ESPM e MBA em gestão esportiva pela FGV.
Geovanna Pérez é fotógrafa artística autodidata, técnica em processos fotográficos e museologia. Em sua trajetória foi assistente de produção e a documentalista responsável na sistematização do acervo arquivístico pessoal de Sueli Carneiro, compondo neste processo a equipe técnica da instituição Casa Sueli Carneiro, como também deu início a organização e sistematização dos arquivos que compõem o acervo do CDMI – Centro de Documentação e Memória Institucional de Geledés – Instituto da Mulher Negra. Na área artística atua há 8 anos desenvolvendo projetos de fotolivros, séries fotográficas, editoriais e outros, e na área de acervos há 3 anos, transitando entre a arquivologia e a museologia, enfatizando na sua trajetória a construção e a difusão da memória e ancestralidade como abertura de caminhos.
Guilherme Soares Dias é jornalista, empreendedor, consultor em diversidade e viajante. Criador do site Guia Negro, plataforma de turismo e representatividade. Idealizador da Caminhada São Paulo Negra. Autor do livro “Dias pela Estrada”. Colunista da Folha de S. Paulo. Cria roteiros de afroturismo, faz consultoria de diversidade para empresas, escreve matérias para diferentes veículos
Com uma vida dedicada à preservação das tradições do candomblé, Mãe Meninazinha de Oxum fundou o Ilê Omolu Oxum, em 1968, a partir do legado deixado por sua mãe-de-santo e avó materna, Iyá Davina de Omolu.
Escritora com grande experiência em cultura afro-brasileira, tem atuadou em vários projetos sódio-culturais do Ilê Omolu Oxum. Por seu trabalho no campo da tradição religiosa afro-brasileira e direitos humanos, recebeu a Medalha Tiradentes, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
Lançou o seu livro biográfico com apoio da Petrobrás, História de uma Meninazinha, O Legado Ancestral e gravou o CD Cantigas para orixás.
Em 2023, foi homenageada pela escola de samba Unidos da Ponte, com o enredo “Liberte Nosso Sagrado – o legado ancestral de Mãe Meninazinha de Oxum”.