No sábado, 28 de junho de 2025, das 18h às 20h, a Casa Sueli Carneiro recebe mais uma edição da Roda das Artes, reunindo Joa Assumpção e Rico Dalasam em uma conversa sobre criação, ativismo, autoria negra e atravessamentos entre arte e vida. A mediação será feita por Luciane Ramos-Silva, pesquisadora e curadora do encontro.
A arte como fresta de anunciação criativa, é expressão concreta na experiência das populações negras.
Artistas negras(os) elaboram práticas que imaginam outros modos de existência, rompendo com normatividades, desestabilizando hegemonias e deslocando centros identitários. Ser trans, gay, negra, pobre torna-se potência sensível e epistemológica.
Neste encontro-performativo com Joa Assumpção e Rico Dalasam, refletimos sobre como suas produções artísticas abrem frestas para a construção de sentidos estéticos e políticos que reconfiguram as coisas do mundo .
Se é sabido que as artes negras possuem elevado potencial de denúncia, nosso interesse aqui se volta para outro movimento: o de compreender como a arte opera como escavação da realidade provocando inversões, deslocamentos, e reconfigurações corporais que ampliam nossas formas de perceber e existir.
O que é fixo, estável, homogêneo e universal estremece diante dessas práticas artísticas . É tempo de brilhar na escuridão.
A atividade integra a programação do IV Festival Casa Sueli Carneiro, que acontece entre os dias 24 e 29 de junho, com o tema “Memória Negra e Reparação em Afluência”, e reafirma o compromisso da Casa em valorizar a produção artística afro-diaspórica em suas múltiplas expressões.
As Rodas das Artes são conversas com artistas afro-diaspóricos de diferentes áreas como performance, artes visuais, dança, música sobre processo criativo, mercado, visibilidade, narrativas negras, autoria, trabalhos negros em espaços brancos, arte e ativismo.
Rico Dalasam
Nascido em Taboão da Serra, Rico Dalasam é poeta, cantor e escritor, reconhecido pela sua escrita potente e música ousada. Com mais de sete anos de carreira, Dalasam lançou projetos como Dolores Dala, Guardião do Alívio (2021), Fim das Tentativas (2022) e Escuro Brilhante (2023), consolidando-se como um dos nomes mais importantes do rap no Brasil. Além de sua trajetória musical, Dalasam também se aventurou no universo literário com o podcast Último Dia no Orfanato Tia Guga, baseado em sua experiência de vida.
Joa Assumpção
Artista da cena, da palavra, do corpo. Nas Danças Afro, diaspóricas, contemporâneas e dentro desses estudos fundamentos das Danças Populares Brasileiras e seus movimentos, transmutações. Pensa sua corpa como memória e caminho, direciona um olhar ao passado e se vê em tempos presentes em direção prum afrofuturo. Pedagoga formada pela UFF (2017), Mestranda em Dança na UFBA, então dança, cria, sonha com liberdade a ação ancestral, o movimento da kalunga, a cura. Artista Educadora, idealizadora do projeto de Danças Afro Xica Manicongo; Artista visual, e como Atriz tem atuações no teatro, audiovisual e performances, Direções de movimento e percorre uma experiência em Assistência de Produção em projetos culturais e de estratégias políticas.
Luciane Ramos-Silva
Luciane Silva é Professora Doutora no Departamento de Artes Corporais do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutora em Artes da Cena e mestre em Antropologia pela mesma instituição, desenvolve uma trajetória marcada pela transdisciplinaridade, integrando pesquisa acadêmica, prática artística, performance, curadoria e ensino. Co-diretora da revista O Menelick 2º Ato — publicação ativista focada nas práticas artísticas na afrodiáspora — Luciane articula saberes que cruzam artes da cena, antropologia do corpo, estudos africanos, relações raciais e internacionais, com foco nas epistemologias negras e diaspóricas. Nos Estados Unidos, integrou a companhia Anikaya Dance Theater, com sede em Boston, onde hoje atua como artista convidada. No Brasil, compõe o Coletivo de Dança Amor Catastrófico e integra o conselho editorial da Dance Studies Association (DSA), ampliando seu diálogo com redes acadêmicas e artísticas internacionais.
O IV Festival Casa Sueli Carneiro conta com apoio do PROMAC – Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e é financiado pelo Grupo Dasa.