Totalmente gratuita, a formação é uma parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo e tem objetivo formativo de criar ou fortalecer capacidades e condições para registrar e disseminar a memória negra nas diversas regiões do Brasil.
As aulas são ministradas de forma remota por doze especialistas de diferentes áreas do conhecimento, às segundas-feiras, das 16 às 19h. A carga horária total do curso é de 40 horas, divididas em 4 módulos de 10 horas cada um.
Além da cronologia ocidental, cosmogonias afro-brasileiras têm diferentes e complexas percepções do tempo. O cosmograma bakongo, por exemplo, sistematiza temporalidades cíclicas a partir da ideia de kalunga. Tais acepções do tempo serão apresentadas em diálogo com o tempo histórico e as teorias de construção e disseminação de memória.
Documentos escritos, fotografias, recortes de jornal, objetos, livros podem ser organizados e catalogados de forma intencional como arquivos públicos. A organização de acervos será um tema do módulo, bem como a pesquisa em acervos já organizados.
Povos e culturas tradicionais registram e disseminam memória por meio da oralidade e de práticas corporais como a dança e o canto. Nas famílias, vizinhanças, casas de santo e práticas culturais há memória negra a ser percebida e registrada.
A forma como os lugares são ocupados, formatados, constituídos carrega a memória. Algumas vezes valorizada e tantas vezes apagada, a memória negra pode ser percebida em marcas nos territórios. Na contemporaneidade, há diversas narrativas de memória que retomam informações guardadas no espaço físico.
Historiadora, com formação interdisciplinar em Comunicação e Literatura. Desde 2018, atua como professora do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). É ativista dos Movimentos Negros e de Mulheres Negras. Exerce a coordenação da regional Centro-Oeste do GT Emancipações e Pós-Abolição da Associação Nacional de História (Anpuh) e integra a Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros.
Módulo 1: Temporalidades, memória e patrimônio
Pedagogo, com formação interdisciplinar em psicologia, saúde pública, cultura contemporânea, família e sociedade. Co-criador e curador do Espaço Cultural Acervo da Laje, localizado no Subúrbio ferroviário de Salvador, em funcionamento desde 2011. No espaço cultural constitui-se como um espaço permanente e longitudinal de pesquisa e intervenção social, no qual são criados projetos artísticos e formativos voltados para a memória das periferias, que se realizam através de diversas linguagens artísticas e estéticas.
Módulo 1: Temporalidades, memória e patrimônio
Professor Adjunto do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof.Milton Santos (IHAC) – Universidade Federal da Bahia (UFBA), é doutor em Letras pelo Programa de Estudos da Tradução do Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente, realiza pesquisa de pós-doutorado no Instituto de Estudos Brasileiros/USP. Especialista em filosofia bantu-kongo. É, também, músico e poeta.
Módulo 1: Temporalidades, memória e patrimônio
Professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais. É Diretora da Universidade dos Direitos Humanos (UDH/PROEX/UFMG). Graduada em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1993), mestre em Educação pela mesma Universidade (1996), doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002) e Pós-doutorado em Semiótica Cognitiva e Novas Mídias pela Maison de Sciences de Sciences de l’Homme (2006-2007). Realiza atualmente um doutorado em Sociologia pela UFMG (2021).
Módulo 2: Arquivos – organização e pesquisa
Historiadora, professora da graduação e do mestrado em História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Desenvolve ações de pesquisa, ensino e extensão nas áreas de ensino de História, Educação para as relações étnico-raciais, política cultural e movimentos negros contemporâneos. É coordenadora do Laroyê- Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão/CAPES , do site negritos.com.br e dos projetos: Saberes Cruzados/UFRB e Yakurinxerê. Escola de Formação Percussiva de Mulheres.
Módulo 2: Arquivos – organização e pesquisa
Educador e Historiador. Mestre e doutorando em Ciência da Informação pela Unesp/Marília. Atualmente está como coordenador de acervos da Casa do Povo e professor do EJA da Prefeitura Municipal de Cajamar. Foi diretor do Centro de Memória de Jundiaí/SP e trabalhou em diversos acervos tais como MST, UNEafro, CEDEM/UNESP e Instituto Vladimir Herzog. Membro da Rede “AGROMIG” (Universidade de Salerno/Itália) e do Grupo de Estudo “Arquivos, Educação e Práticas da Memória: diálogos transversais” (UNICAMP e UFMG)
Módulo 2: Arquivos – organização e pesquisa
Cantora, escritora e pesquisadora negra, brasileira, sambista de coração e formação musical. Tem 22 anos de carreira, oito álbuns lançados, três DVDs e o livro de poemas “Álbum Duplo”. Seu mais recente trabalho “Dos Santos”, nome paterno de batismo, foi lançado em 2020 inspirado na cultura de religiões afro-brasileiras. Para Cozza, trata-se de seu manifesto poético antirracista. É membro do Pantheatre de Paris, instituição de formação e pesquisa em voz e performance, criado por uma de suas Mestras, a atriz e diretora de teatro, Linda Wise. Fabiana Cozza é graduada em Jornalismo e mestre em Comunicação Humana e Saúde pela PUC-SP. Atualmente é doutoranda do Instituto de Artes da Unicamp e membro do grupo de pesquisa em voz, VoxMundi.
Módulo 3: Módulo corpo e oralidade
Graduado em filosofia, especialista sobre o ensino de filosofia, mestre em filosofia e doutor em bioética pela Universidade de Brasília (UnB). É professor do Departamento de Filosofia da UnB, do Programa de Pós-graduação em Bioética (FS-UnB), do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos e Cidadania (CEAM/UnB), do Programa de Pós-Graduação em Metafísica (IH/UnB), e colaborador dos programas de mestrado profissional em Sustentabilidade junto ao Povos e Terras Tradicionais (MESPT/UnB) e Filosofia – PROF FILO – (Multi-institucional, Pólo UFT).
Módulo 3: Módulo corpo e oralidade
Poeta e Ensaísta. Títulos e Graus: Pós-Doutorado em Performance Studies, New York University,Tisch School of the Artes, 2009-2010; Pós-Doutorado em Rito, Dramaturgia e Teatralidade, Universidade Federal Fluminense, 2009; Pós-Doutorado em Teorias da Performance, New York University, Tisch School of the Arts, 1999-2000. Doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (1991), Mestrado em Master Of Arts, Indiana University (1981) e Graduação em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais(1977) Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da FALE/UFMG (Pós-Lit/UFMG), de 15 de maio de 2010 a 30 de maio de 2012. Diretora de Ação Cultural da UFMG a partir de 18 de março de 2014. Atua nas áreas de Letras (Estudos Literários) e de Artes Cênicas, com ênfase em teatro, dramaturgia, performance e nas interlocuções entre a literatura e outros sistemas semióticos, dentre eles o teatro, a dança, a música e as performances rituais. Sua bibliografia inclui livros e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior, em português, inglês, espanhol. Em 2017 a docente foi homenageada com a criação do Prêmio LEDA MARIA MARTINS DE ARTES CÊNICAS NEGRAS, pelo BDMG Cultural em reconhecimento pela contribuição da docente na área de Artes Cênicas Negras.
Módulo 3: Módulo corpo e oralidade
Mestre em Geografia e Antropologia pela Universidade de São Paulo. Professor na Universidade Federal de Goiás. Coordenador do Laboratório de Estudos de Gênero, Étnico-Raciais e Espacialidades do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (LaGENTE/IESA/UFG). Publicou “Eu sou Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento “ (São Paulo, Imprensa Oficial/Instituto Kwanza, 2006), “Lélia Gonzalez” (São Paulo, Selo Negro, 2010) em coautoria com Flávia Rios e organizou “Todas (as) distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento (Salvador, Editora Ogum’s Toques Negros, 2015) com Bethania N. F. Gomes. Recentemente organizou o livro “Uma história feita por mãos negras” (São Paulo, Zahar, 2021) com ensaios de Beatriz Nascimento.
Módulo 4: Território e narrativa
Doutora em arquitetura e urbanismo, professora na Universidade Federal da Bahia, onde desenvolve investigações sobre narrativas, histórias, memórias e epistemologias produzidas sobre a cidade, urbanismo, arquitetura e seus apagamentos, interseccionados pelo debate das racialidades e de gênero. Se divide entre a docência, pesquisa, organização de eventos acadêmicos, curadoria e editoração. Gaia é autora do livro Corpo, discurso e território: Cidade em disputa nas dobras da narrativa de Carolina Maria de Jesus, adaptação de sua tese de doutorado de mesmo nome que foi premiada em 2017 pela Associação Nacional de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional. É co-fundadora da Coletiva Terra Preta Cidade e integrou a curadoria da Revista Arquitetas Negras (Vol 1, 2019).
Módulo 4: Território e narrativa
Maria Nilda de Carvalho Mota é poeta, editora independente, mestre e doutora em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa e pós-doutora em Literatura e Sociedade no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo.
Módulo 4: Território e narrativa
Das 10h às 17h, de segunda a sexta-feira
Rua Professora Gioconda Mussolini, 259 – Jardim Rizzo, São Paulo – SP, 05587-120