Casa Sueli Carneiro
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Ler o
Brasil

Grupos de Leitura

A música “Yáyá Massemba”, eternizada na voz de Maria Bethânia, contém a frase: “vou aprender a ler, para ensinar meus camaradas”, que sintetiza a motivação por trás da criação do edital para grupos de leitura a partir do curso Ler o Brasil. Entre junho e novembro de 2023, a Casa Sueli Carneiro apoiou 51 grupos de leitura em todas as cinco regiões do país. Esses grupos foram selecionados através de um edital divulgado aos participantes do curso “Ler o Brasil”. Cada grupo teve a oportunidade de solicitar dez exemplares, a maioria dos livros enviados faziam parte da bibliografia do curso.

A seleção dos grupos de leitura foi desafiadora, uma vez que recebemos 508 inscrições de pessoas, coletivos e organizações das cinco as regiões do Brasil. Selecionamos 51 projetos, sendo que 10 foram desenvolvidos nas regiões norte, nordeste, centro-oeste e sudeste;  e 11 na região Sul. Neste período, aprendemos muito com os diferentes contextos e realidades regionais, tanto acompanhando os grupos, quanto no desafio logístico de enviar livros para comunidades que não são atendidas pelos correios e distribuidoras. Foi uma loucura 🙂

No total,  distribuímos 510 livros, como você pode ver nesta lista

  1. Becos da Memória – Conceição Evaristo (2006) – 10 exemplares
  2. Canção para Ninar Menino Grande – Conceição Evaristo (2018) – 10 exemplares
  3. Dispositivo de Racialidade: A Construção do Outro como Não Ser como Fundamento do Ser – Sueli Carneiro (2022) – 10 exemplares
  4. Insubmissas Lágrimas de Mulheres – Conceição Evaristo (2011) – 10 exemplares
  5. Lugar de Negro – Lélia Gonzalez e Carlos Hasenbalg (1982) – 10 exemplares
  6. Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi (2001) – 10 exemplares
  7. O Genocídio do Negro Brasileiro – Abdias Nascimento (1978) – 10 exemplares
  8. Olhos d’Água – Conceição Evaristo (2014) – 10 exemplares
  9. Pequeno Manual Antirracista – Djamila Ribeiro (2019) – 10 exemplares
  10. Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada – Carolina Maria de Jesus (1960) – 10 exemplares
  11. Quilombismo – Abdias Nascimento (1980) – 10 exemplares
  12. Racismo Estrutural: Uma Perspectiva Histórico-Crítica – Dennis de Oliveira (2019) – 10 exemplares
  13. Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil – Sueli Carneiro (2011) – 10 exemplares
  14. Recordações do Escrivão Isaías Caminha – Lima Barreto (1909) – 10 exemplares
  15. Redemoinho em Dia Quente – Jarid Arraes (2019) – 10 exemplares
  16. Torto Arado – Itamar Vieira Júnior (2019) – 10 exemplares
  17. Tudo sobre o Amor: Novas Perspectivas – bell hooks (2000) – 10 exemplares
  18. Um Defeito de Cor – Ana Maria Gonçalves (2006) – 10 exemplares
  19. Úrsula – Maria Firmina dos Reis (1859) – 10 exemplares
  20. Òrun Àiyé – José Beniste (1997) – 10 exemplares
"Além de disseminar localmente os conhecimentos compartilhados no curso Ler o Brasil, os grupos de leitura cumprem um papel importante de incentivar mais pessoas a desenvolverem hábitos de leitura e a conhecerem obras de intelectuais negras e negros de áreas e abordagens distintas".

Taína Silva Santos, coordenadora de projetos da Casa.

Os grupos realizaram encontros regulares em cada um dos estados indicados no mapa abaixo. Escolas, parques, associações de bairro, centros culturais, terreiros de candomblé e umbanda, bibliotecas, escolas de samba e outros espaços representativos da nossa diversidade cultural e organização política acolheram os grupos de leitura.

Região Norte

“O grupo de leitura dentro do sistema prisional proporciona interação, socialização, movimentação corporal e expressão pessoal através da escrita criativa. Pois, nosso trabalho coletivo, perpassa a leitura, escrita, jogos teatrais para desmecanizar os corpos e um olhar sensível através da psicologia na proposição de atividades, como desenhos. Tudo para fortalecer as integrantes do grupo, e motivá-las. Sendo assim, nosso trabalho fortalece nosso público no âmbito da ressocialização, pensamento criativo crítico e valorização do pertencimento étnico-racial.”

Cláudia Marques de Oliveira

Região Sul

“Colaborou no fortalecimento de vínculos entre os participantes do grupo, que divulgaram a existência do Grupo de Leitura entre conhecidos e amigos. Joinville é uma cidade constituída majoritariamente por população branca que ainda perpetua o sistema colonial e padrão eurocêntrico e a difusão de autoras e autores negres só contribui para quebra desse pensamento hierarquizado que contribui para a manutenção de um sistema desigual. O Grupo de Leitura em andamento foi criado a partir de uma rede de amigos/as em comum que atuam em Coletivos e Militância na cidade e pretendemos levar as leituras e rodas de conversa aos locais que têm pouco acesso (Assentamentos e Comunidades Quilombolas).”

Clarice Acordi da Silva

Região Centro-Oeste

“O grupo intitulado “Samba-enredo é escrevivência?” possibilitou uma série de discussões sobre dimensões raciais, sociais e de gênero em um local que mesmo sendo um lugar social negro, por ser uma escola de samba, pouco as faz no âmbito prático da rotina de suas alas. Formado principalmente pela ala de passistas, o grupo de leitura permite um aumento de autoestima coletiva a partir da visão da mulher negra e uma difusão de referências importantes para letramento racial e ainda ouso dizer para a vivência na própria escola de samba.”

Desirée Figueiredo Carneiro

Região Nordeste

“O grupo de leitura segue colaborando com a nossa comunidade no sentido de fortalecer as narrativas negras e indígenas e estimular que adolescentes e jovens se interessem pelo ato da leitura além de contribuir para o letramento racial e identitário dos nossos membros participantes”

Polyana de Ruas Silva Carneiro

Região Sudeste

“O grupo de leitura possibilitou o encontro de mães e crianças do conjunto das 16 favelas da Maré, criamos e fortalecemos uma coletiva de mulheres e crianças chamada Baobás, estamos tecendo nossas redes de apoio e proteção, valorizamos os fundamentos de solidariedade comunitária, trocando estratégias de enfrentamento à violência de gênero nos nossos territórios e de incidência materna por direitos. Nossas rodas são feitas a partir de uma perspectiva materna, antirracista, territorial, diversa, de valorização da memória e de defesa de direitos. E nossa aposta é que mães leitoras formam gerações leitoras. Acreditamos que tudo isso fortalece nossa comunidade.”

Angelica Lopes

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